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  • Foto do escritorAssociação do Bom Humor

O que ser voluntária agregou na minha vida

Certa vez ouvi essa pergunta em uma entrevista na TV Novo Tempo, lembro que em alguns segundos refleti o quanto ser voluntária mudou na Poli de hoje, os olhos ficaram marejados e eu respondi, MUDOU TUDO.


Prometi que um dia desmembraria esse TUDO, a fim de inspirar outras pessoas a pensarem e olharem o voluntariado de forma diferente.


Neste artigo, falarei diretamente sobre liderar uma ONG ou Projeto Social e ser ponte para as pessoas que querem fazer um serviço voluntário tenham a estrutura, preparação para que o resultado seja efetivo para quem recebe. Então se sua vontade é iniciar algo nesse sentido, acho que conseguirei lhe ajudar com um pouco da experiência que o próprio voluntariado me proporcionou.


Oficialmente são 10 anos de história na ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS DOS VOLUNTÁRIOS EM PROL DO BOM HUMOR.
Aprendendo na prática e nas cabeçadas como gerenciar, captar recursos, liderar e motivar gente a cuidar (de verdade) de gente. A caminhada é pedregosa e desafiadora, mas vale a pena.

Seria muito hipócrita se eu dissesse que o valer a pena é referente a fazer o bem ao próximo. Não, que fique claro, este é um dos ganhos.


Quando comecei a intenção era exatamente essa, ajudar os pacientes hospitalizados a focarem em outras coisas que não fossem suas dores, depois quando conhecemos mais a fundo o assunto, a intenção era também de perceberem que o bom humor ajuda na ação dos remédios, na melhora dele.


Mas com o passar do tempo e o crescimento do projeto fui percebendo melhorias na minha forma de "levar" a vida e até mesmo de me posicionar profissionalmente.


O ganho é muito grande, o sentido de fazer algo em prol da sociedade e paralelamente obter habilidades que contribuem com nossa própria evolução é incrível.


Acredito muito que ao encontrar alguém, não seremos os mesmos de antes. E imagina, em um projeto onde tem muitas pessoas, com suas diferenças, cada uma com seus valores e a vontade uníssona de ajudar o próximo? A evolução é certa!

Abaixo, gostaria de falar um pouco sobre o aprendizados:


  1. Fazer o Bem a alguém Para alguns fazer o bem é passaporte pro céu, para outros é o seu papel na sociedade ou por exemplo, a minha marca no mundo, ou o que deixarei para meus filhos. etc. Na minha visão, o importante é que o Bem seja feito nas mais diversas causas e necessidades da humanidade. Eu de um modo muito particular, vejo como uma missão, o start foi quando li o livro Polyanna (que indico a leitura), uma menina fazia o "jogo do contente" onde tentava ver o lado positivo de tudo de ruim que acontecia e comecei a tornar isso uma pratica para mim e as pessoas mais próximas...depois com a Associação veio reforçar esse pensamento com outras histórias que são conteúdo pra outro artigo. E quando faço um treinamento, ou uma visita ao hospital o sentimento de contribuição para um mundo melhor inunda meu coração.

  2. Uma andorinha só não faz verão Para começar, uma Associação/ONG só pode ser iniciada quando um grupo de pessoas resolvem se unir para fazer algo em prol da comunidade. Então o trabalho voluntário já começa em equipe. E para trabalhar em equipe há muitos ganhos, entre eles, laços entre os participantes, sentido de buscar algo em conjunto, debater ideias, encontrar soluções, respeitar pensamentos divergentes, conviver em sociedade. E que fique claro, nessa associação foram as pessoas que construíram e constroem todos os dias a história.

  3. Laços verdadeiros criados nas dificuldades Costumo dizer que tenho amizades do "Compartilhando Riso pra vida". Porque foram nos desafios, nos momentos difíceis que laços importantes foram criados.

  4. O NÃO você já tem E foi assim que aprendi a buscar o SIM, sabendo que o Não já pairava sobre as oportunidades, fossem elas de convidar um novo voluntário, captar uma nova empresa para contribuir, a proposta de uma mudança para os voluntários. Quando você precisa buscar o SIM em prol de algo que vai além, que vai beneficiar outras pessoas, você sente segurança. Com o passar do tempo, essa segurança começou a fazer parte não só das questões do projeto, mas em minhas questões pessoais também.

  5. Aprender a Escutar Não somente ouvir, escutar, com consciência do que se escuta. Eu tinha muita dificuldade de estar "presente" e "escutar" o que o outro estava dizendo, a minha cabeça sempre estava no que eu ainda precisava fazer, no jardim lá fora, na organização da minha casa. Até que um dia, um voluntário me perguntou, VOCÊ ESTÁ ME ESCUTANDO? E me ensinou a diferença. E então eu comecei a me esforçar para permanecer presente e escutando. Descobri que por vezes a solução, uma ideia genial pode surgir da interação entre os voluntários e uma liderança que escuta, além de unir a equipe, pode fazer ideias incríveis acontecer.

  6. Resolução de Conflitos Imagine, 140 voluntários. 140 vidas, personalidades, valores, formas de pensar, classes sociais, histórias de vida..etc. O objetivo em comum: Ser voluntário. No inicio, e nessa questão, bati muito a cabeça. Muito! Com os tombos, descobri que o primordial para as resoluções de conflito são o DIALOGO, RESPEITO, TENTAR E PERDOAR.

  7. Delegar tarefas e gerenciar pessoas Com o crescimento da ONG, ficou impossível corresponder a demanda de trabalho. Foi preciso que mais voluntários integrassem e ajudassem, então criamos as Coordenações dos Projetos por áreas. Foi preciso desprendermos das atividades, dar espaço e delegar as funções. Para mim, um aprendizado e tanto. Após fazermos isso, descobrimos que isso também foi positivo para o grupo de voluntários, exercitamos diariamente a confiança e compromisso. A Coordenação é um espaço de crescimento para aqueles que querem ter a experiência de liderança, responsabilidade nos bastidores do projeto. Gerenciar as equipes demanda tempo, mas é bom ver e evolução nos voluntários que se propõem a ajudar, é gratificante descobrir talentos e identificar o mais positivo de cada um. Eu amo fazer isso!

  8. Motivar Pessoas Vejo essa questão como uma forma única. Aprendi que cada um tem suas vontades, interesses de forma muito particular. Para mim, motivar é não deixar a pessoa se abater pelas dificuldades, é dar o máximo para que ela tenha vontade de também dar 100% dela em algo que sonha, que tenha como objetivo. Motivar as pessoas exige de nós empatia e entendimento do outro. É preciso também possibilitar a criação de laços e conexões entre pessoas. (sejam pacientes, sejam colegas, amigos). Motivar pessoas está intimamente ligado a acreditar no melhor que o outro pode oferecer.

  9. Saber receber/aprender com as críticas: ERRAR é verbo daquele que faz algo. Num cargo de liderança é preciso ter ciência que nem todas as decisões e opiniões agradam a todos. E está tudo bem! As criticas virão de todas as formas e se você enxerga-las apenas como algo ruim não vai chegar a lugar nenhum. É preciso recebe-las abertamente, analisá-las, respeitar o ponto de vista do outro e se perceber que algo pode ser melhorado, MELHORE. Se permita, errar. Coloque sempre o impacto no TODO em primeiro lugar nas decisões, se achar que a critica não tem sentido, tente conversar e colocar seu ponto de vista, explicar sua decisão e seus porquês.

De forma muito geral, é assim que enxergo o que mudou quando disse sim ao voluntariado. Ao escrever comecei a lembrar tantos momentos e tantos aprendizados que hoje, sou muito grata por ter vivido.

Despertei meus próprios talentos e o talento nas pessoas também, melhorei o dia de alguém, ajudei que mais pessoas pudessem voluntariar, aprendi habilidades que hoje me ajudam profissionalmente.

Voluntariar para mim, é a solução para alguns problemas da modernidade. É o ciclo mais lindo da evolução humana.

Deixo aqui o convite para você viver este desafio chamado voluntariado, ajudar a sociedade e participar dessa revolução!


Poliana Rizzo Fundadora e Vice-Presidente da Associação sem fins lucrativos dos Voluntários em Prol do Bom Humor

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